Na semana do 44º aniversário do Hip Hop, La Lunna, mc preta e nordestina lançou seu mais novo EP.
Por: Andressa Vasconcelos
Um EP cheio de empoderamento preto feminino, é assim que melhor podemos descrever o EP da La Lunna. Com linhas pesadas que criticam o machismo, não só na sociedade, mas também dentro do próprio RAP.
O EP é composto de 7 tracks onde La Lunna conta sua trajetória enquanto mulher preta dentro do hip hop e na vida. Amargo.
Em seu facebook, La Lunna ressalta que é um EP completamente sem apoio de custos, onde ela correu atrás sozinha e sem ajuda de ninguém.
Para ouvir o EP:
Ficha técnica
Produção musical: La Lunna
Instrumental: RB Alves/ @rbalvesofficial
Captação: Estúdio Drummond
Mixagem e Masterização: $antana/ @rielgabb
Capa e Arte: Ian Santiago/ @blaseunity
Contatos para Shows e Imprensa:
lunna.dsantos@gmail.com/ blaseco.official@gmail.com
77 98855-4984
77 98888-6588
Contatos da Autora:
Twitter/Instagram: @fordessax
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GRL PWR, o novo EP da MC nordestina La Lunna
Por: Andressa Vasconcelos
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Tupac Shakur |
Ninguém sabe das minhas tretas, eles só vêem o problema sem saber que é difícil continuar quando ninguém te ama. Me imagine na miséria da pobreza, nenhum homem vivo testemunhou as tretas que eu sobrevivi. Rezando muito por dias melhores, prometo aguentar. Eu e meus parceiros não tivemos escolha se não se virar. — Thugz Mansion
Quando pensamos em Tupac conciliamos a imagem a um gangter, rapper e ator que se envolveu com inúmeras brigas de gangues americanas e acabou assassinado em uma dessas brigas. Mas o que não pensamos quando Tupac nos vem a cabeça é que ele era muito além de um rapper, muito além do Hip Hop.
Tupac Shakur nasceu em 1971, em East Harlem, Nova Iorque. Em uma pesquisa rápida podemos analisar que ele nasceu exatamente 11 anos após acabar a luta pelos direitos civis americanos, que se estendeu entre 1950 a 1960. Em uma breve pesquisa sobre os direitos civis americanos podemos constar também que Shakur é um dos sobrenomes mais citados em artigos sobre o assunto. Mas o que Tupac tem haver com a luta dos direitos civis? E o que um rapper, ator e dançarino têm haver com algo tão marcante na história dos EUA?
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Tupac Shakur e Afeni Shakur, sua mãe. |
Não entrarei diretamente no mérito da luta dos direitos civis onde seus familiares próximos estiveram
envolvidos. Focarei aqui (hoje pelo menos), no legado deixado por Tupac, que hoje é uma lenda não só para o hip hop, mas também para a militância preta em todo o mundo e, indo um pouco mais longe e ousando em dizer, para a história negra dos EUA.
Voltando ao que podemos entender por Tupac Amaru Shakur, podemos citar uma das suas obras mais magníficas, a Thug Life, hoje distorcida por muitos para seus próprios interesses.
Mas o que foi realmente a Thug Life?
A palavra “Thug Life” em tradução livre significa “vida bandida”. Foi um movimento social criado por Tupac e Razvan Birt, com o intuito de diminuir as mortes e a violência policial nos guetos dos EUA. O movimento tinha como o maior foco recomendar aos gangster o que poderia e o que não poderia ser feito nos guetos: Não poderiam haver sequestros, mortes banais e vendas de crack para moradores dos guetos. Isso revoltou o governo americano. Tupac conseguiu controlar e diagnosticar problemas sociais presentes nos lugares onde viveu e cresceu. O código Thug Life é representado por 26 mandamentos que são respeitados por gangues até hoje.
Em 1992, Tupac Shakur reuniu membros dos Crips e Bloods para assinarem o tratado de Thug Life e ambas as gangues se tornaram e, ainda hoje são, as que mais seguem a risca o tratado.
“É isso o que eu quero fazer, sabe? Fazê-los amar o meu povo preto. Então, é assim que eu vou viver até morrer, é disso que eu preciso. É isso que eu mostro em minhas atuações, em minhas produções, em minhas entrevistas, em tudo. Faço as pessoas amarem o meu povo preto.” — Tupac Amaru Shakur
Quando falamos de Tupac, estamos indo além do hip hop, por mais que a música e o cinema descrevam muito sobre essa lenda, estamos falando de um homem completo que fez história até onde foi possível em seu pouquíssimo tempo de vida. Ele se sentia na responsabilidade de completar a missão que seus pais e parentes haviam começado e assim o fez, perfeitamente. Viveu para isso e após sua morte tornou-se lendário. Falar de Tupac é respeitar esse legado e sua importância para um povo inteiro marginalizado, não só nos EUA mas também mundialmente. Tupac é símbolo de uma juventude e é representatividade para todos nós. Falar de Tupac é carregar a responsabilidade de não distorcer a missão de uma das figuras mais representativas do mundo. E falar de vida e morte de Tupac é ter consciência da responsabilidade que um jovem carregou nos ombros para com aqueles que ele priorizava, sem qualquer margem para dúvidas, Tupac dedicou até sua vida amorosa e afetiva em prol do seu povo. Ele era e continua sendo uma lenda.
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