Papel das forças armadas de defesa e falso patriotismo brasileiro

Texto colaborativo por Lucas Barbosa




Neste pequeno texto pretendo sintetizar o papel exercido pelas forças de defesa armadas de todo o sistema supremacista branco. Peço que este pequeno não fique somente nas ideias de quem venha o ler, mas sim o use como forma de conscientizar jovens ou adultos do nosso povo próximos a vocês e que de algum modo venha a ser ludibriados a fazer parte de tais instituições do estado, como a polícia, o exército, marinha e aeronáutica.

Antes, gostaria de pontuar alguns focos que pretendo comentar. O primeiro, a respeito do papel do estado em si - e todas as suas instituições como forma de DEFESA de todo o mecanismo de dominação supremacista branco. Seja pela exploração, pela opressão e alienação ideológica, o estado serve como aparelho de manutenção dessa estratificação sócio-racial existente, em dominadores e dominados. Em outras palavras, o estado mantêm essa desigualdade sócio-racial nos `conformes`, dando a impressão de uma democracia sócio-racial. A ilusão que o estado quer nos passar é a que entre a dominação supremacista e os dominados, não há `diferença` perante o estado.

Sabemos muito bem que a `lei` não funciona a mesma coisa para brancos das frações dominantes e pretos das frações dominadas. Ou seja, sabemos muito bem a ilusão da democracia racial. O estado apenas mantêm nos conformes a ILUSÃO da democracia racial sob uma estratificação entre dominantes e dominados. Seja na instituição do estado que for! Em questão, nos referimos as instituições de defesa armada. Logo, o papel dessas instituições, como não poderia deixar de ser, é defender os interesses supremacistas branco. Seja em meio às cidades com as instituições policiais, ou com o exercito, marinha e aeronáutica. Não é de hoje que o poderio supremacista busca a cooptação de afrodescendentes.

No período escravista-colonial, com a famigerada posição social de capitão-do-mato, e após a falsa abolição, em guerras sob o interesse restrito da supremacia branca. Milico não luta por si e nem pelo seu povo. Este é o pseudo-slogan. Na realidade, como disse, serve apenas aos interesses restritos da supremacia. `Defender o meu país em uma guerra`, como se em `seu país` não existisse toda a desigualdade socio-racial em todas as esferas da sociedade, incluindo para si, seus familiares e etc. Ou seja, deveriam questionar a quem o poderio supremacista serve. Vale lembrar ainda o caso histórico da revolta da chibata. Marinheiros que se cansaram dos castigos semelhantes ao da escravidão, mesmo isso sendo após a falsa abolição. Com a inteligencia dos marujos, orquestraram uma forma de fazer com que os castigos tivessem seu fim dentro da marinha brasileira. Apontaram o armamento dos návis para a cidade do rio de janeiro como forma de chantagear o presidente da época a cessar de vez com os castigos. Como não poderia deixar de ser, foram traídos. Após essa revolta, teve outra sem sucesso. Só apos anos os castigos tiveram seu fim.

A questão é que a juventude do nosso povo é constantemente ludibriada a fazer parte destas instituições do sistema, da qual não há respeito de fato para eles e para o seu povo. Os soldados que mais são valorizados no mundo - como não poderia deixar de ser - é dos EUA. Afinal, sendo a central da supremacia dos tempos atuais, é o pais que mais arquitetou/arquiteta invasões no mundo, ou melhor, em continentes periféricos. Com o slogan de `levar a justiça e liberdade`, porém com os interesses supremacistas sendo as reais causas. Interesses econômicos, políticos e culturais. Não só querem explorar e oprimir, mas fazer os povos subjugados a pensar como eles. Muitos jovens que pelo menos assistiu um único filme hollywoodiano no que tange as forças armadas dos EUA, acaba `caindo nessa conversa`, passa a valorizar as forças armadas supremacistas e acabam planejando `seguir carreira` aqui no Brasil. Ou seja, o que a supremacia quer, na realidade, é fantoches para lutar, se matar pelos SEUS interesses de dominação nacional e global. E isso se aplica nas `cidades` com a polícia. Dominar, manter o nosso povo subjugado. Esse é o essencial papel. Por mais que pela aparência não de essa `impressão`, a essência da policia é defender a integridade supremacista.

Imaginem se o povo se revolta, por exemplo? Lá estariam todas as forças armadas a defesa da condição supremacista, caindo em contradição pelo slogan `inicial` de `servir e proteger`. Basta pequenas manifestações, lá está a policia servindo aos interesses 'de cima'. Vale muito ser enfatizado a coisa toda do `policia` x `bandido`, e que gera todo auto-ódio para com nossos jovens. Um auto-ódio baseado em uma forma de pensar da supremacia. Qual forma? Que a criminalidade é uma espécie de predisposição natural, e não uma consequência de um sistema perverso que moderniza os tempos escravista-colonial. E que, fazendo parte da polícia, se tornam um deles, da camada supremacista, e não apenas como peões. Não defendemos o crime. Procurar conscientizar os jovens a respeito disso, é uma meta. E vale E MUITO ser lembrado que, apenas os crimes que `vem de baixo` são ferozmente punidos. Enquanto os crimes que vem `de cima`, a justiça se mantém branda, mansa, calma, quase inexistente. A desigualdade sócio-racial e tão gritante, que mesmo não sendo um criminoso, meus irmãos enganados pelas forças armadas, ainda podemos ser vítimas de fantoches do estado supremacista branco.

Pra finalizar, gostaria de deixar BEM PONTUADO que a questão não é constatar um equívoco por parte das forças armadas EM SI, mas sim forças armadas do estado a serviço da manutenção das desigualdades sócio-raciais. Precisamos sim de guerreiros e guerreiras como forma de construir uma nova sociedade, da qual DE FATO viria a servir e proteger o povo. Afinal, a supremacia e toda sua força global não permite que se construa uma nova sociedade sem a influência econômica, politica e cultural . A supremacia tentaria de todas as formas denegrir a imagem dessa nova sociedade e, se não há uma força especializada armada em defesa sob a terra, no `céu` e nas águas, um golpe como forma de instaurar novamente um sistema supremacista branco.

Enfim, precisamos sim de guerreiros e guerreiras que de fato viriam a servir e proteger um país que não avacalha consigo mesmo, não avacalha com seu povo. Servir aos interesses do nosso povo, africano, afrodescendente, e não aos interesses restritos supremacistas do nosso país e principalmente a nível global, da qual o país se vê preso à essas rédeas ocidentais. As `escolas militares` estão aí, procurando mais `fantoches` - o que pra eles são fantoches, para nos é nosso povo, sangue do nosso sangue - para seus interesses restritos. Não caiam em conversa de `superiores`, pois enquanto na sua frente lhe transmite `moral`, logo ali esta os mesmos recebendo ordem de políticos canalhas para reprimir o povo, os mesmos políticos que são financiados/patrocinados por senhores ex-escravocratas, como banqueiros, GRANDES empresários, GRANDES fazendeiros latifundiários. Aprendam táticas militares o quanto tiver que aprender, porém, como forma de se tornarem guerreiros à real luta. Lutar VERDADEIRAMENTE por si e para seu povo. Esse papel de conscientizar é muito importante para você, que tem algum familiar mais novo que não só faz/fará parte de algum tipo de instituição educacional militar, mas a simplesmente vir a admirar as forças armadas de defesa do estado e querer futuramente fazer parte disso, morrendo não por si e pelo povo de fato, mas morrendo pelos seus grandes superiores, morrendo pela supremacia branca.


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