BK, processo de escravização, nomes africanos e ancestralidade
Uma reflexão sobre o uso de nomes africanos
O nome “Abebe Bikila” é uma homenagem ao maratonista etíope de mesmo nome e significa “a flor que nasce”. Mas aparentemente o público do rap nacional ainda não entende a necessidade e resistência de carregar um nome africano em nossa certidão ou, futuramente, adotarmos nomes africanos. Nos perdemos ideologicamente.
Durante o processo de escravização, africanos eram proibidos de usarem seus nomes e sobrenomes, sendo obrigados a usarem nomes de acordo com a fé católica. Ainda hoje, há uma resistência pela parte dos cartórios brasileiros, a registrar crianças com nome africanos, só sendo possível, em alguns casos, após os pais colocarem na Justiça. Em outros casos, o direito de registro com nome africano é negado.
Acontece que negar o direito ao nome africano também é uma forma de racismo, uma vez que o país é majoritariamente composto por descendentes de povos africanos. Não deveria causar estranhamento um nome de origem africana se, em sua maioria, os nomes aqui existentes são europeus.
Sendo assim, adotar nomes africanos é uma forma de resistência inegável. É uma forma de negar o que o sistema racista nos impõe. Basta o público do rap entender…
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