DIVA GUIMARÃES — A mulher que marcou a 15ª edição da FLIP.
“Eu trabalhei duro desde os cinco anos. Sou neta de escravos. Aparentemente a gente teve uma libertação que não existe até hoje.”
Diva Guimarães e Lázaro Ramos se abraçam na FLIP. |
Como bem sabemos, a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), é um evento que, em sua maioria, atrai um público majoritariamente branco e classe média. Em meio a esse cenário, na sexta-feira, (28), uma mulher preta tomou o microfone da FLIP e contou sua história de vida.
“Eu fiquei muito emocionada que você chamou atenção de que estamos em uma plateia de maioria branca. Sou do sul do Paraná, você já pode imaginar… Só sobrevivi porque tive uma mãe que passou por toda humilhação para que os filhos pudessem estudar. Fui para um colégio interno aos cinco anos. Passavam as freiras, as missões pelas cidades recolhendo as crianças como se fosse assim… Em troca de você ir para essa escola estudar, na verdade você ia para trabalhar. Eu trabalhei duro desde os cinco anos. Sou neta de escravos. Aparentemente a gente teve uma libertação que não existe até hoje.” — Disse Diva Guimarães.Diva deu uma lição de vida em uma das maiores festas literárias do Brasil. Ensinando não só para o público, mas também para nós, que vimos pela internet, o que é ser preto no Brasil.
O vídeo:
“As pessoas não têm noção do quanto é doloroso ser sentenciado só por ter a tez mais escura. Vejo que as pessoas não se escutam mais. Quando estão incomodadas, começam a criar argumentos para silenciar os outros. Não devemos dar respostas, as perguntas que estabelecem o diálogo devem vir à frente”, disse Lázaro.Mais tarde, Lázaro Ramos em seu facebook descreveu os momentos mais marcantes da FLIP, onde descreveu o momento de Diva Guimarães como o “símbolo desta edição”.
Dona Diva Guimarães não emocionou só ao público da FLIP, mas a todo o Brasil. E agradecemos a mais velha pelas suas palavras.
Ass.,
Equipe Black Panther DNA.
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